TAAG APOSTA NA CARGA FLORAL QUENIANA

A transportadora aérea angolana, TAAG, lançou uma nova rota de transporte de mercadorias para Nairobi, no Quénia, visando fortalecer a sua rede de carga no continente africano, anunciou hoje a administração da empresa.

A TAAG — Linhas Aéreas de Angola -, refere em comunicado que o primeiro voo desta nova rota de transporte de mercadorias foi realizado na quarta-feira e enquadra-se na consolidação da presença da companhia no sector de carga aérea a nível internacional.

O novo serviço de carga Luanda-Nairobi terá uma frequência semanal, operada à quarta-feira, tendo como prioridade o transporte de flores, aproveitando o potencial do Quénia como um dos maiores exportadores do segmento de floricultura do mundo, estimando uma capacidade de carga de 18.000 quilogramas por voo, podendo atingir entre 1 e 2 milhões quilogramas por ano, refere o comunicado.

De acordo com o director de Carga e Correio da TAAG, David Ambridge, citado na nota, a partir de Nairobi a empresa espera transportar uma grande quantidade de flores e outros perecíveis para Angola e outros destinos servidos pela TAAG.

“Esta rota vai criar novas oportunidades de comércio e vai fortalecer a nossa rede de carga no continente africano”, realçou.

A transportadora estatal angolana salienta também que a nova operação se enquadra no plano de expansão da TAAG, capitalizando o “hub” de Nairobi na África Oriental para estabelecer conexões estratégicas com os Emirados Árabes Unidos e a Índia.

Além disso, a companhia busca oferecer “mais uma alternativa logística” para os exportadores de flores do Quénia, facilitando o acesso ao mercado europeu por meio do “hub” de Luanda, potenciado pela companhia angolana.

Para garantir uma operação eficiente e integrada, a TAAG firmou parcerias estratégicas com parceiros internacionais especializados no seguimento da carga e focados no mercado queniano, nomeadamente a Aerospeed Express, a Mitchell Cotts e a Tradewinds.

A expansão da operação de carga da TAAG “está alinhada com os esforços para transformar Luanda/Icolo e Bengo em um “hub” regional de transporte aéreo, maximizando o potencial da infra-estrutura aeroportuária” do Aeroporto Internacional António Agostinho Neto, adianta a nota.

O Quénia, um grande exportador mundial de flores frescas, costumava enfrentar desafios no acesso a novos mercados devido a tarifas elevadas e regulamentações complexas.

No entanto, o “canal verde” da China para os produtos agrícolas africanos acelerou os processos de inspecção e quarentena e expandiu as isenções tarifárias, beneficiando a indústria de flores do Quénia e outros produtos agrícolas africanos como abacate, frutas cítricas, abacaxi e café.

Huang Zinan, presidente da Hunan Xiyue Culture Media Co., Ltd., disse que sua empresa, que coopera com sete fazendas de flores quenianas, incluindo a Tambuzi, vende 100 mil flores mensalmente em 14 cidades chinesas e exporta para a Rússia e a Austrália.

Huang mencionou a procura significativa do mercado chinês por variedades de flores raras e de alta qualidade, perspectivando o desenvolvimento de produtos derivados, como óleos essenciais e água floral, para aumentar a competitividade do mercado das flores quenianas, impulsionando o emprego local e aumentando os rendimentos dos produtores de flores.

Em Junho de 2023, 16 produtos agrícolas de 11 países africanos entraram na China através do “canal verde”, com mais produtos de especialidade africanos entrando no mercado chinês.

As medidas de promoção comercial da China aumentaram rapidamente as exportações agrícolas de África para a China, tornando a China o segundo maior destino de exportações agrícolas da África.

O tamanho do mercado de floricultura do Quénia é estimado em US$ 1,09 bilhão em 2024, e deverá atingir US$ 1,41 bilhão até 2029, crescendo a um CAGR de 5,20% durante o período de previsão (2024-2029). A economia do Quénia depende fortemente da agricultura. O subsector da floricultura é um dos principais geradores de divisas do país. As flores quenianas são exportadas para mais de 60 países.

As flores cultivadas principalmente no Quénia são rosas, cravos, alstromeria, gypsophilla, lírios eryngiums, arabicum, hypericum e statice, entre outras.

As condições climáticas favoráveis estão a aumentar a produção de flores no país, o que impulsiona o crescimento do mercado. Além disso, a indústria emprega um grande número de pessoas no país. De acordo com a Embaixada do Quénia no Japão, estima-se que o negócio da floricultura empregue mais de 500.000 quenianos, incluindo mais de 100.000 trabalhadores agrícolas, e afecte mais de 2 milhões de meios de subsistência. A produção ocorre ao redor do Lago Naivasha, Monte Quénia, Nairobi, Thika, Kiambu, Rio Athi, Kitale, Nakuru, Kericho, Nyandarua, Trans Nzoia, Uasin Gishu e Leste do Quénia.

Junto com isso, a rosa está testemunhando imensa popularidade no país. Delphinium, Limonium e Helianthus são as instalações de cultivo de rosas mais populares no Quénia. É um dos principais exportadores de flores cortadas em rosa para a União Europeia (UE). As suas exportações totais de rosas cortadas foram avaliadas em 550,9 milhões de dólares em 2021.

Além disso, algumas das tecnologias mais comuns utilizadas em toda a cadeia de frio da floricultura queniana incluem irrigação por gotejamento, sistemas de irrigação, de ventilação em estufas, sombreamento líquido, pré-resfriamento, instalações de armazenamento refrigerado, iluminação artificial e caminhões refrigerados. Portanto, a utilização das tecnologias aprimoradas produz flores de boa qualidade, contribuindo assim para o crescimento do mercado nos períodos mais rentáveis do mercado.

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